A obra "Pira Peixe Grande" resgata história de Pirassununga e inspira reflexões sobre preservação da cultura e do meio ambiente
Por: Mariana Martini - Sesi Araras
04/12/202414:21- atualizado às 14:38 em 04/12/2024
Contemplada com o projeto Intervenção Artística Sesi-SP, a Escola Sesi Pirassununga recebeu a instalação “Pira Peixe Grande”. As obras foram executadas por um grupo de artistas do município formado por Edenilson de Aguiar, responsável pela concepção e coordenação; Atanagildo da Silva Junior, curador e palestrante; Ingrid Eliete dos Santos Barbosa, produtora e Téia Camargo, produtora executiva.
Quem passa em frente à escola pode conferir a instalação que traz elementos da origem de Pirassununga com destaque para o rio Mogi Guaçu, já que a cidade nasceu às margens do rio, na Cachoeira de Emas. Em tupi guarani, Mogi Guaçu significa “a cobra grande que serpenteia”. A instalação também retrata os indígenas, a fauna e elementos da cultura local.
A obra é composta por um painel e dois peixes. As pinturas foram feitas com tinta acrílica e spray e os artistas usaram técnicas como muralismo, street art, grafitti e stencil.
O painel de 8 metros de largura por 2 metros de altura mostra indígenas e espécies encontradas na Cachoeira de Emas como a seriema, a cobra sucuri e o curimbatá - peixe símbolo de Pirassununga.
Além de figurar no painel, o curimbatá também está representado por uma escultura, assim como outra espécie de peixe da região: o dourado. Os peixes de 1,50cm de altura por 60cm de largura foram confeccionados a partir de técnicas de modelagem com resíduos. Uma armação de ferro dá forma as peças preenchidas com materiais descartáveis como sacolas plásticas, isopor, latinhas e garrafas PET.
Os desenhos, nos tubos que servem de suporte para os peixes, fazem referências às cerâmicas tupis-guaranis e instrumentos esculpidos em pedras para caça e usos gerais encontrados na Cachoeira de Emas.
PRESERVAÇÃO
Mais do que encantar pela beleza, “Pira Peixe Grande” tem como objetivo chamar a atenção para a importância da preservação da história, da cultura e do meio ambiente. De acordo com os artistas, dados do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), o curimbatá e o dourado, por exemplo, são espécies ameaçadas de extinção.
Para isso, o grupo de artistas já esteve com parte dos alunos da Escola Sesi Pirassununga discutindo os temas e haverá oficina e palestra com os estudantes.
ESSÊNCIA
A diretora da Escola Sesi Pirassununga, Carla Costa de Freitas Soares, também comentou o projeto. “Estamos muito felizes. Queríamos uma obra de arte na escola que pudesse ser contemplada pelos estudantes e pela comunidade e essa instalação tem muito significado porque nos faz refletir sobre temas atuais como a preservação ambiental e ao mesmo tempo traz a essência de Pirassununga”, destacou.