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Grupo Prole encena "Era uma vez um tirano’" no dia 21 de maio

Livro de Ana Maria Machado foi adaptado para os palcos. Entrada é gratuita

 Por: Sesi Araras
05/05/202215:05- atualizado às 15:08 em 05/05/2022

Celebrando a obra de Ana Maria Machado, uma das mais importantes autoras da literatura infanto-juvenil, "Era uma vez um tirano” do Grupo Prole de Teatro adapta para os palcos o livro homônimo da escritora. Este é o primeiro trabalho para o público infantil, e traz direção de Bete Dorgam. O espetáculo será encenado no dia 21 de maio (sábado), às 15h, no CAT Sesi Araras. Os ingressos são gratuitos. Para reservar Clique Aqui

A peça conta a história de três crianças que criativamente conseguem acabar com a tirania que muda a vida dos habitantes e atrapalha a liberdade das pessoas, uma reflexão lúdica sobre política e cidadania. Utilizando da imaginação da plateia e da brincadeira proposta pelos atores, os personagens vão sendo criados em cena com a trilha sonora ao vivo do compositor Alexandre Mello e a iluminação de Felipe Tchaça, que dão o tom dessa grande brincadeira entre artista e plateia.

O livro de Ana Maria Machado foi lançado pela editora Salamandra logo após a abertura política em 1982 e chegou a receber uma leitura dramática na Alemanha pela importante companhia do dramaturgo Bertold Brecht, o Berliner Ensemble, em 2002.

“As proibições do Tirano, lembradas no livro, estavam na memória recente de todos. E não vigoravam apenas no Brasil, mas em vários outros países vizinhos. Minha proposta para vencer a situação era simbólica, naturalmente. Mas tinha a ver com o caminho em que eu acreditava: uma festa feita com a união de toda a nação, nas suas diferentes etnias e gerações, com os recursos da memória e da criatividade artística, e com a pureza e coragem das crianças”, relata a autora Ana Maria Machado em texto publicado na segunda edição do livro.

Ao encenar este texto, o Grupo Prole propõe refletir junto ao público sobre assuntos que tanto preocupam e permeiam discussões contemporâneas - democracia, acesso à arte, direitos do cidadão, liberdade de expressão, a importância do diálogo entre pessoas que tem ideias diferentes, entre outras. Para contar esta história de assuntos tão adultos e que se refere a um período político da nossa história tão complexo, a encenação joga com a imaginação das crianças e da brincadeira de atores que vão criando personagens e cenários.

Neste jogo o elenco se coloca ludicamente diante não apenas dos efeitos da tirania, mas também diante do desejo de ser o tirano. “Isso nos leva a pensar também sobre as pequenas tiranias e radicalismos que cometemos. E como somos individualmente responsáveis por, em nossas ações sociais, cuidar do espaço público e dos direitos democráticos. Não através do ódio, mas do diálogo e do respeito ao direito de pensar e ser diferente.”, explica a produtora Fernanda Assef.

O espetáculo estreou em outubro de 2018 no Centro Cultural São Paulo e ficou entre os pré-finalistas do segundo semestre do Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem na categoria Melhor Texto Adaptado. Em 2019 a peça fez temporada no SESC Santo André.

Sobre o Grupo Prole

O Grupo Prole foi fundado em 2005, pelas atrizes e produtoras Fernanda Assef e Bruna Aragão. Desde sua fundação o grupo se dedicou a pesquisa da dramaturgia brasileira e o diálogo de grandes escritores nacionais com a realidade sócio-política do país e nossas angústias como artistas e cidadãos. “Era uma Vez um Tirano” é o primeiro teatro infanto-juvenil do grupo que encenou as peças “Homens de Papel” de Plínio Marcos, com direção de Sérgio Audi (em cartaz em São Paulo entre 2006 a 2010), e “Boca de Ouro” de Nelson Rodrigues, com direção de Flavia Pucci (com temporadas em São Paulo, capital e interior, e Rio de Janeiro entre 2012 e 2016).

FICHA TÉCNICA

Direção: Bete Dorgam

Adaptação do texto: Grupo Prole

Elenco: Angela Ribeiro, Bruna Aragão, Fernanda Assef e Clayton Nascimento

Música ao vivo: Alexandre Mello (direção musical)

Cenário e figurino: Grupo Prole

Iluminação: Felipe Tchaça

Assistência de direção: Katia Naiane

                                      

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